Vídeo mostra o que acontece com o cérebro durante a morte de uma pessoa

Uma descoberta científica surpreendente lançou luz sobre o funcionamento do cérebro humano nos momentos finais da vida.

Em 2016, um paciente de 87 anos, que passava por uma cirurgia para tratar um hematoma subdural, teve sua atividade cerebral monitorada por um eletroencefalograma (EEG).

Vídeo mostra o que acontece com o cérebro durante a morte

O procedimento, inicialmente destinado a controlar convulsões pós-operatórias, acabou registrando dados valiosos sobre as mudanças elétricas no cérebro durante a morte.

Durante o monitoramento, o paciente sofreu uma parada cardíaca e faleceu ainda conectado ao EEG.

Este incidente fortuito proporcionou aos médicos a oportunidade única de observar as atividades cerebrais no exato momento da morte.

Os resultados, publicados em 2022 na revista Frontiers in Aging Neuroscience, revelaram um aumento significativo na atividade cerebral cerca de 30 segundos antes e após a parada cardíaca.

Os registros do EEG mostraram que áreas do cérebro associadas à recuperação da memória, meditação e sonhos apresentaram um pico de atividade.

Especificamente, foram observadas ondas gama, que são conhecidas por estarem envolvidas na recuperação de memórias.

Esse fenômeno sugere que o cérebro pode estar reproduzindo memórias de eventos importantes da vida, semelhante às experiências relatadas em quase-morte.

Cérebro pode revisitar lembranças antes da morte, aponta estudo

Dr. Ajmal Zemmar, neurocirurgião responsável pelo estudo, comentou sobre as implicações desses achados.

A geração de oscilações cerebrais relacionadas à memória indica que o cérebro pode estar revisitando lembranças significativas nos momentos finais. Isso levanta questões importantes sobre nossa compreensão do momento exato da morte e o impacto nas práticas de doação de órgãos.”

Embora o estudo tenha sido realizado em apenas um paciente, seus resultados são compatíveis com pesquisas anteriores, incluindo um estudo de 2013 que observou padrões semelhantes em ratos.

Os cientistas reconhecem as limitações do estudo devido à condição de saúde específica do paciente, mas acreditam que os achados fornecem uma nova perspectiva sobre a experiência de morte nos mamíferos.

Zemmar espera que essas descobertas possam trazer algum conforto para aqueles que perderam entes queridos.

Ele sugere que, ao invés de experimentar dor, as pessoas podem estar revivendo alguns dos momentos mais preciosos de suas vidas nos instantes finais.