Um dos maiores cientistas de todos os tempos deu uma ideia de como tornar Marte habitável

Colonizar Marte envolve desafios que vão muito além do ato de aterrissar no planeta vermelho. O maior desafio é transformar Marte em um ambiente habitável, o que requer um processo de terraformação para liberar suas reservas de água e tornar o planeta mais acolhedor para a vida.

Marte, com uma temperatura média de -63 °C, é um planeta extremamente frio, o que faz com que a maior parte de sua água esteja congelada. Sua atmosfera é bastante rarefeita e predominantemente composta por dióxido de carbono, um gás que tem baixa capacidade de retenção de calor.

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Ideia do cientista nos anos 1970

Os cientistas têm explorado métodos para elevar a temperatura de Marte, com o objetivo de derreter o gelo e possibilitar sua colonização. Carl Sagan foi um dos pioneiros na ideia de engenharia planetária para tornar Marte mais parecido com a Terra. Reconhecido como um dos maiores divulgadores científicos da história, Sagan foi um físico, biólogo, professor, cientista, astrônomo, astrofísico e cosmólogo de renome.

Em um artigo de 1973 na revista Science, Sagan propôs que a entrega de grandes quantidades de material com baixo albedo às calotas polares de Marte poderia, ao longo de várias décadas, resultar no aquecimento gradual do planeta.

Sagan também propôs a introdução de microrganismos ou plantas que realizam fotossíntese para elevar os níveis de oxigênio e dióxido de carbono na atmosfera de Marte. Contudo, ele admitiu que, com a tecnologia disponível na época, essas propostas eram inviáveis.

Teorias atuais para tornar marte habitável

Uma abordagem mais recente propõe o uso de aerossóis artificiais feitos de nanopartículas metálicas para aquecer a superfície de Marte. Essas partículas, parecidas com uma “purpurina” minúscula, poderiam persistir na atmosfera marciana por vários anos, ajudando a bloquear a radiação infravermelha e gerar um efeito estufa artificial. Esses aerossóis seriam fabricados a partir de materiais encontrados em Marte, como alumínio e ferro.

Apesar de as propostas de Sagan dos anos 70 parecerem menos avançadas comparadas às ideias contemporâneas, as pesquisas recentes, incluindo o uso de nanopartículas, corroboram sua teoria de que reduzir o albedo de Marte poderia acelerar o aquecimento da superfície em poucas décadas.

Estudos recentes mostram que é possível elevar a temperatura de Marte em mais de 30 graus Celsius, o que teria o efeito de derreter o gelo e possibilitar a presença de água líquida na superfície do planeta. Para evitar que a atmosfera de Marte continue se deteriorando devido à radiação solar e cósmica, o cientista da NASA, Jim Green, sugeriu a criação de um campo magnético artificial ao redor do planeta.

Este campo seria gerado por um imenso ímã localizado no ponto L1 de Lagrange, situado entre Marte e o Sol. A ideia é que esse campo magnético funcionasse como um escudo contra o vento solar, ajudando a manter a atmosfera marciana e, potencialmente, tornando o planeta mais adequado para a habitação.