Rival da Starlink recebe autorização para funcionar no Brasil

A Starlink, de propriedade do bilionário Elon Musk, ganhou uma nova concorrente no Brasil no setor de internet via satélite. A francesa E-Space, após efetuar o pagamento da primeira parte de seu licenciamento, pretende iniciar suas atividades no país dentro de um prazo de até dois anos.

Segundo dados da empresa, seus satélites são de menor tamanho, porém extremamente resistentes a impactos e condições adversas no espaço. Além disso, possuem a habilidade de capturar detritos de outros satélites na órbita terrestre, o que destaca sua tecnologia inovadora.

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Concorrente na internet via satélite

A permissão para operar no Brasil foi concedida em abril deste ano, mas o pagamento inicial de R$ 20 mil, de um total de R$ 102 mil, só foi realizado recentemente. Com isso, a E-Space Brazil Holdings está autorizada a operar uma frota de 8.640 satélites de baixa órbita, superando os 4,4 mil já em operação pela Starlink. É importante ressaltar que a empresa de Elon Musk ainda aguarda aprovação para lançar mais 7,5 mil satélites em sua rede.

Apesar de operar no mesmo segmento da Starlink, a E-Space adota uma abordagem um pouco distinta. Seus satélites, chamados Semaphore, possuem menor potência e utilizam frequências UHF/VHF para funcionar. O foco principal da empresa é fornecer conectividade para dispositivos de Internet das Coisas (IoT), embora também afirmem que seus serviços permitem a transmissão de dados, comunicação e conteúdo multimídia.

A E-Space, fundada por Greg Wyler, também responsável pela criação das operadoras OneWeb e O3B Networks, tem planos de lançar até 100 mil satélites no futuro para oferecer internet globalmente. No Brasil, a empresa firmou um acordo com a Anatel que exige o início das operações dentro de dois anos, sob o risco de perder sua licença, que tem validade de cinco anos e pode ser renovada.

Starlink no Brasil

Nesse meio tempo, a Starlink já se estabeleceu como líder no mercado de internet via satélite no Brasil, fornecendo seus serviços a importantes órgãos como o Exército e a Marinha, além de grandes empresas como a Petrobras.

A tecnologia da Starlink também ganhou relevância em operações de resgate e defesa, como a instalação de 100 pontos de internet em regiões atingidas pelas enchentes no Rio Grande do Sul, além de oferecer suporte a unidades militares localizadas na Amazônia.

A Marinha também faz uso da tecnologia Starlink em embarcações como a Fragata Liberal e o Navio-Patrulha Babitonga. Além disso, instituições como a Funai e a Universidade Federal do Amazonas (UFAM) utilizam os serviços da Starlink, embora em uma escala mais limitada.