Marte será a nova Terra? Cientistas revelam o plano para o planeta em um lugar habitável

Pesquisadores norte-americanos revelaram um inovador método para tornar realidade um conceito amplamente explorado na cultura popular: a terraformação de Marte, que busca converter o Planeta Vermelho em um ambiente semelhante ao da Terra. Em um estudo publicado em 7 de agosto, cientistas da Universidade de Chicago exploraram a viabilidade de modificar Marte para torná-lo um planeta habitável.

O estudo indica que Marte pode ser aquecido de forma relativamente rápida. Os cientistas sugerem que a solução está na introdução de pequenas partículas de ferro e alumínio — presentes na poeira do planeta — na sua atmosfera. Essas nanopartículas poderiam capturar e reter o calor, aumentando a temperatura de Marte em mais de 10 °C em apenas alguns meses.

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O ponto inovador deste estudo é a utilização de materiais que já estão disponíveis em Marte, o que minimiza a necessidade de transporte de recursos da Terra. Esta abordagem é avaliada como 5 mil vezes mais eficiente em comparação com os métodos anteriormente sugeridos.

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Terraformação de Marte

O aquecimento proposto poderia possibilitar a presença de água líquida na superfície de Marte, algo fundamental para sustentar a vida como a conhecemos. Os cientistas sugerem a criação de um “efeito estufa artificial” no planeta vermelho, semelhante ao mecanismo que provoca o aquecimento global na Terra.

As partículas atuariam de forma semelhante ao dióxido de carbono, capturando o calor que é irradiado pela superfície do planeta. Ao absorver e redistribuir a radiação infravermelha, essas partículas contribuiriam para um aquecimento mais eficiente de Marte.

Modelos climáticos sugerem que aproximadamente 2 milhões de toneladas dessas partículas seriam necessárias anualmente para tornar Marte habitável. Embora essa quantidade possa parecer elevada, ela é consideravelmente menor do que o exigido por outros métodos, e o transporte das partículas não constitui um desafio significativo.

Complexidade

Contudo, o aquecimento de Marte é apenas uma etapa no complexo processo de terraformação. A atmosfera do planeta ainda não possui a quantidade necessária de oxigênio nem proteção adequada contra a radiação solar para se tornar semelhante à da Terra.

Além disso, mesmo com uma elevação na temperatura, o solo de Marte permaneceria inadequado para a agricultura devido à intensa radiação espacial. Apesar dessas dificuldades, os cientistas mantêm uma atitude positiva e estão programando testes laboratoriais para avaliar os efeitos das partículas propostas.

Agricultura marciana

Na área da agricultura em Marte, a astrobióloga brasileira Rebeca Gonçalves está empregando uma técnica ancestral da civilização maia para testar a viabilidade da agricultura em solo extraterrestre. Atuando no Centro de Análise em Sistemas de Colheita da Universidade de Wageningen, na Holanda, Gonçalves utiliza o método de policultura. Esse método envolve a combinação de várias espécies de plantas para promover um crescimento mais eficiente e sustentável entre elas.

O estudo selecionou ervilhas, cenouras e tomates-cereja, cada uma desempenhando um papel específico para melhorar a qualidade do solo e favorecer o crescimento das outras plantas. Embora a pesquisa esteja sendo conduzida na Terra, e não em Marte, ela utiliza informações sobre a composição do solo marciano, conhecido como regolito, obtidas pela NASA. Para simular esse solo extraterrestre, foram criados regolitos artificiais a partir de solo vulcânico do Havaí e do deserto de Mojave.