Horário de verão pode voltar em 2024: veja quais estados devem entrar

Diante da seca que assola o país e com a chegada dos meses mais quentes, o governo está avaliando a possibilidade de reintroduzir o horário de verão, uma medida que foi suspensa desde 2019. Atualmente, o Brasil depende significativamente da energia produzida por hidrelétricas, as quais respondem por aproximadamente 50% da energia total do país.

A escassez de chuvas tem levado à redução dos níveis dos reservatórios, o que acende um sinal de alerta para o setor elétrico. Além disso, com a chegada dos meses mais quentes, o consumo de energia tende a aumentar devido ao uso intensivo de eletrodomésticos, como ar-condicionado e ventiladores.

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Historicamente, o horário de verão era aplicado em regiões do Sul, Sudeste e Centro-Oeste do Brasil, onde a luz solar podia ser mais bem aproveitada. Já as regiões Norte e Nordeste não adotavam a medida devido à menor variação na duração do dia durante o ano.

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Horário de verão

A ideia por trás da proposta de reintroduzir o horário de verão é tirar proveito da maior quantidade de luz solar disponível nos meses mais quentes. Ao adiantar os relógios em uma hora, a intenção é diminuir o uso de iluminação artificial à noite, especialmente durante os horários de maior demanda, como quando as pessoas chegam em casa e ligam vários aparelhos.

O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, esclareceu que a proposta visa reduzir o alto consumo de energia elétrica que ocorre quando as pessoas chegam em casa e ligam ar-condicionado, ventiladores e outros eletrodomésticos. Esse pico de consumo acontece justamente quando a produção de energia a partir de fontes intermitentes, como solar e eólica, está em baixa devido à ausência de sol e vento.

A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) estão realizando pesquisas para avaliar as consequências da possível retomada do horário de verão. Os resultados desses estudos serão submetidos ao presidente Lula, que fará a decisão definitiva sobre a adoção da medida.

O Ministério de Minas e Energia, ao ser indagado sobre a chance de reintroduzir o horário de verão, esclareceu que está conduzindo análises detalhadas para fundamentar a decisão. Esses estudos consideram variáveis como as previsões de precipitação e os possíveis impactos econômicos da proposta.

Opiniões

O professor Luciano Duque e o engenheiro Claudio Sales, ambos especialistas em energia ouvidos pelo g1, destacam que a economia gerada pelo horário de verão seria mínima, com um impacto de no máximo 0,5% no consumo total. Duque aponta que a alta demanda por ar-condicionado e ventiladores, mesmo durante o dia, reduz o efeito da medida.

Sales observa que o horário de verão pode aliviar o consumo no início da noite, mas é essencial que o governo foque em medidas para preservar a capacidade de produção de energia. Ele também menciona que os reservatórios estão razoavelmente bem e que, se as chuvas ocorrerem conforme previsto, o fornecimento de energia não deve enfrentar grandes problemas.