Como os furacões são formados e porque não tem no Brasil?

Com o avanço das mudanças climáticas, eventos extremos como furacões têm se tornado mais frequentes e intensos, chamando a atenção do mundo pela violência de seus impactos.

Destruição de infraestruturas, desalojamento de comunidades e perdas econômicas são apenas alguns dos efeitos devastadores dessas tempestades tropicais.

Contudo, no Brasil, esse fenômeno não faz parte da realidade climática comum, apesar de registros isolados no passado, como o Furacão Catarina em 2004.

Isso gera curiosidade sobre como os furacões se formam e por que eles raramente ocorrem em território brasileiro.

Entenda como os furacões são formados

Furacões, também chamados de ciclones tropicais, são sistemas de baixa pressão que se formam sobre oceanos tropicais e subtropicais.

Para que um furacão se desenvolva, é necessário que a temperatura da superfície do mar seja superior a 27°C.

Devido a temperatura, essa água quente evapora rapidamente, criando grandes volumes de vapor d’água.

À medida que esse vapor sobe para a atmosfera, ele se condensa e libera calor, intensificando o sistema de tempestade.

Esse processo gera fortes ventos que começam a girar em torno de um centro, conhecido como “olho do furacão”, uma área de relativa calmaria cercada por violentas rajadas de vento e chuvas torrenciais.

Vale lembrar ainda que, além da temperatura elevada da água, outro fator crucial é o chamado cisalhamento do vento.

Trata-se da variação na velocidade e na direção dos ventos em diferentes altitudes, o que ajuda a organizar a circulação dos ventos ao redor do olho do furacão.

A ausência ou a presença reduzida desse cisalhamento pode impedir que a tempestade evolua para um furacão.

Por que furacões não ocorrem no Brasil?

Embora furacões sejam comuns em países da América Central e do Norte, como os Estados Unidos e o México, o Brasil não apresenta condições atmosféricas favoráveis para a formação desse tipo de fenômeno.

A principal razão é a temperatura das águas do Oceano Atlântico Sul, que raramente atinge os 27°C necessários para o surgimento de um furacão.

As temperaturas na costa brasileira, especialmente ao sul do país, costumam ser muito mais baixas, impedindo a evaporação intensa de água, fundamental para a formação de ciclones tropicais.

Outro fator é o cisalhamento do vento, que não ocorre com a mesma intensidade nas regiões próximas à Linha do Equador, onde o Brasil está localizado.

Essa ausência de mudanças bruscas nas correntes de vento limita o desenvolvimento de furacões na região.

Apesar disso, em 2004, o Furacão Catarina surpreendeu meteorologistas ao se formar sobre o Atlântico Sul, atingindo o sul do Brasil.

No entanto, esse foi um evento raro, e a ocorrência de furacões continua sendo uma exceção no cenário climático brasileiro.