Astronautas presos no espaço retornam à Terra apenas em 2025: veja o que vai acontecer com o corpo todo esse tempo

Os astronautas Barry “Butch” Wilmore e Sunita Williams partiram em uma missão de teste para a Estação Espacial Internacional (ISS) em 5 de junho, esperando retornar em poucos dias. No entanto, permanecem na ISS indefinidamente a bordo da nave Boeing Starliner, cuja primeira missão com tripulação visava testar seu desempenho antes do uso regular.

No entanto, à medida que a nave se aproximava da estação espacial, surgiram problemas como vazamentos no sistema de propulsão e falhas em alguns propulsores. Apesar de terem alcançado a ISS sem incidentes, a Starliner pode não estar em condições de retornar à Terra, exigindo a busca por uma alternativa de transporte.

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Volta dos astronautas

Em uma coletiva de imprensa na última quarta-feira, a NASA revelou que ainda não decidiu os próximos passos. Steve Stich, gerente do Programa de Tripulação Comercial da agência, informou que o objetivo principal é trazer Wilmore e de volta na Starliner, mas que estão sendo consideradas opções alternativas.

Uma das alternativas em consideração é que os astronautas sejam repatriados por meio de uma missão agendada para setembro, conduzida por uma nave SpaceX Crew Dragon, com retorno à Terra previsto para fevereiro de 2025. Caso a Crew Dragon seja utilizada, a Starliner voltará à Terra desacompanhada, sendo controlada remotamente.

A NASA revelou que a decisão final pode levar uma semana ou mais para ser tomada. Ken Bowersox, diretor de operações espaciais da agência, destacou que a possibilidade de um retorno não tripulado da Starliner “se tornou um pouco mais provável” devido aos acontecimentos recentes e que essa alternativa está sendo avaliada com atenção.

Como o tempo no espaço afeta o corpo?

No ambiente espacial, os astronautas enfrentam vários desafios fisiológicos. A microgravidade provoca uma diminuição da massa muscular e óssea, especialmente nos músculos que sustentam a postura, como nas costas e nas pernas. Em apenas duas semanas, a perda de massa muscular pode alcançar 20%, e em missões prolongadas, essa perda pode chegar a 30%.

A desmineralização óssea é outro problema significativo, com a massa óssea diminuindo entre 1% e 2% ao mês e até 10% em seis meses. Isso eleva o risco de fraturas e pode prolongar o tempo de recuperação após o retorno à Terra. Além disso, a microgravidade pode resultar em um aumento leve na altura dos astronautas, levando a dores nas costas e condições como hérnias de disco.

Na Terra, a gravidade auxilia na circulação do sangue, mas no espaço, o sangue tende a se acumular na cabeça. Isso pode resultar em problemas visuais, como redução da clareza e distúrbios oculares. Além disso, a radiação cósmica e as partículas solares representam um risco adicional para a saúde dos olhos dos astronautas.

Apesar de as naves espaciais contarem com blindagem para reduzir a radiação, os astronautas na ISS ainda podem observar flashes de luz provocados pelos raios cósmicos e partículas solares que atingem suas retinas. Embora a tecnologia e o entendimento sobre a saúde no espaço tenham avançado, muitos aspectos do impacto das viagens espaciais, especialmente para uma espécie que evoluiu na Terra, ainda permanecem a serem investigados.