Anvisa vai ‘suspender’ uso de termômetros no Brasil

Na terça-feira, 24 de setembro, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) divulgou uma nova resolução que estabelece a proibição da fabricação, importação, comercialização e uso de termômetros e esfigmomanômetros que contenham mercúrio em todo o Brasil. A publicação dessa norma no Diário Oficial da União tem como principal objetivo diminuir a presença desse metal pesado e altamente tóxico no meio ambiente.

Os equipamentos abrangidos por essa proibição são aqueles que contêm uma coluna de mercúrio transparente, comumente empregados para medir a temperatura do corpo e a pressão arterial. Embora essa decisão se estenda à maioria das utilizações desses dispositivos, é relevante destacar que ela não afeta produtos destinados a atividades de pesquisa, calibração de instrumentos ou aqueles utilizados como padrão de referência.

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Substituição dos termômetros

A Anvisa justifica essa medida como parte de um esforço global para diminuir o uso de mercúrio, alinhando-se à Convenção de Minamata, realizada no Japão em 2013. Ao firmar esse tratado internacional, o Brasil assumiu o compromisso de implementar ações que reduzam a utilização desse metal até o ano de 2020, visando a proteção da saúde humana e a preservação dos ecossistemas.

Além dos perigos à saúde relacionados ao uso de mercúrio, a nova resolução da Anvisa enfatiza a necessidade de adotar alternativas mais seguras. Os termômetros e esfigmomanômetros digitais são destacados como opções mais sustentáveis e confiáveis para a população. Esses dispositivos eletrônicos não só garantem a mesma precisão que os modelos convencionais, como também apresentam um impacto ambiental menor ao serem descartados, já que não contêm substâncias tóxicas.

Impacto do mercúrio

No que diz respeito ao impacto ambiental do mercúrio, é fundamental compreender que, apesar de não apresentar um perigo imediato enquanto os aparelhos estão em operação, o descarte inadequado pode causar danos severos.

Quando esses equipamentos são descartados de forma imprópria, o mercúrio pode contaminar o solo e os corpos d’água, afetando a saúde de várias espécies, inclusive a dos seres humanos. Essa substância é notória por seu potencial de bioacumulação, ou seja, ela se acumula nos organismos ao longo do tempo, elevando os riscos à saúde à medida que avança na cadeia alimentar.

O mercúrio tem uma baixa taxa de biodegradação, o que contribui para sua persistência no meio ambiente. Por esse motivo, a Anvisa aconselha que os equipamentos que contêm mercúrio e que forem descontinuados sigam as orientações das Boas Práticas de Gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde, criadas pela própria agência em 2018. Essas diretrizes visam assegurar que o descarte desses itens ocorra de forma segura, minimizando os riscos de contaminação e protegendo a saúde da população.