Novo estudo aponta que La Niña pode atrasar e ter mais chuvas nesta primavera

Nesta terça-feira, o Departamento de Meteorologia da Austrália anunciou uma diminuição na probabilidade de ocorrência de um evento La Niña nos próximos meses. Caso esse fenômeno se manifeste, ele deve ser de intensidade fraca e duração curta.

A formação do La Niña é de grande importância para a agricultura global, pois, normalmente, provoca um aumento das chuvas no leste da Austrália, no sudeste asiático e na Índia, ao mesmo tempo em que causa a diminuição da precipitação nas Américas.

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Previsão para o La Niña

O departamento também informou que seu modelo climático interno sugere que a ocorrência do fenômeno é pouco provável, uma conclusão que é apoiada por quatro dos seis modelos climáticos examinados. Além disso, destacou que, caso um evento de La Niña venha a se concretizar, deverá ser de baixa intensidade e de curta duração, com todos os modelos apontando para condições neutras em fevereiro.

Meteorologistas de outras nações também estão demonstrando um otimismo cada vez menor em relação à possibilidade de um La Niña. Um analista do governo dos Estados Unidos mencionou recentemente que a chance de que o fenômeno se desenvolva até o final de novembro é de 60%, uma diminuição em comparação aos 71% registrados um mês atrás.

O que influencia o fenômeno?

O La Niña, que era esperado para se desenvolver em setembro, ainda não se concretizou. De acordo com a Climatempo, essa situação é resultado de interações complexas entre diversos fenômenos climáticos, como a Oscilação de Madden-Julian (MJO) e o Global Atmospheric Angular Momentum (GLAAM). Essas influências afetam as chuvas no Brasil, particularmente nas regiões Centro-Oeste, Sudeste e Norte, além de impactar as previsões para os próximos meses.

O La Niña é definido pelo resfriamento das temperaturas das águas nas regiões central e leste do Oceano Pacífico equatorial. Por sua vez, a Oscilação de Madden-Julian (MJO) é um sistema de nuvens e tempestades tropicais que se desloca ao redor do globo, influenciando os padrões de chuva em diversas localidades.

Atualmente, a Oscilação de Madden-Julian (MJO) está se movendo do Sudeste Asiático em direção ao Oceano Pacífico, o que está contribuindo para a entrada de mais umidade no Centro-Oeste e no Norte do Brasil. O GLAAM, por sua vez, avalia a rotação da atmosfera da Terra.

Quando está em fase positiva, como é esperado nas próximas semanas, os ventos em altitudes elevadas se tornam mais intensos, o que favorece a criação de sistemas de baixa pressão e eleva a probabilidade de chuvas abundantes.