Energia deve ficar mais cara até dezembro

O aumento no custo da energia elétrica no Brasil parece inevitável nos próximos meses. Com a previsão de que mais usinas termelétricas precisem ser acionadas até dezembro, o valor das contas de luz deve subir ainda mais.

A seca prolongada, especialmente nas regiões Norte e Sudeste, reduziu a capacidade das hidrelétricas, principal fonte de geração de energia no país.

Esse cenário tem levado as autoridades a recorrer a alternativas mais caras, como a geração termelétrica e, possivelmente, até a importação de energia de países vizinhos.

Energia deve ficar mais cara até dezembro

De acordo com o Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE), as medidas emergenciais incluem o aumento da utilização das usinas termelétricas, que já estão em operação para garantir o fornecimento de energia durante os horários de pico de consumo.

No entanto, o custo elevado de produção dessas usinas, que utilizam combustíveis fósseis, tende a impactar diretamente as tarifas cobradas dos consumidores.

A escassez de chuvas nos últimos meses comprometeu o nível dos reservatórios das hidrelétricas, que são responsáveis por cerca de 60% da geração de energia no Brasil.

O Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) informou que, embora tenha ocorrido um ligeiro aumento no volume de chuvas em outubro, isso ainda não foi suficiente para reverter a situação crítica dos reservatórios.

Com a previsão de que as chuvas se intensifiquem apenas a partir de novembro, o cenário continua preocupante.

A energia natural afluente (ENA), indicador que mede o volume de água disponível nos reservatórios, deve permanecer abaixo da média histórica.

No pior cenário, esse índice poderá atingir o segundo nível mais baixo registrado em 94 anos, o que aumenta a dependência de fontes alternativas de energia, como as termelétricas.

Medidas emergenciais devem deixar energia mais cara

Além do acionamento das termelétricas, o CMSE também estuda outras opções, como a flexibilização das regras operacionais do sistema elétrico e a importação de energia de países vizinhos, como Argentina e Uruguai.

Essas medidas visam atender o aumento da demanda de energia previsto para o final do ano, período tradicionalmente marcado por um maior consumo, devido às festas de fim de ano e ao calor do verão.

No entanto, essas soluções emergenciais têm um custo elevado.

Com o Brasil já operando sob a bandeira vermelha nível 2, que é a mais cara do sistema tarifário, qualquer aumento nos custos de geração será repassado aos consumidores, o que pode resultar em contas de luz ainda mais altas até o final de 2024.