Onde fica a Garganta do Diabo?

No último domingo (29/09), um naufrágio na região conhecida como Garganta do Diabo, em São Vicente, litoral de São Paulo, deixou duas pessoas desaparecidas e levantou muitas questões sobre as características e os perigos desse local.

Um barco com sete pessoas a bordo afundou durante a travessia, levando cinco delas a serem resgatadas nas horas seguintes.

As buscas continuam pelas duas mulheres que ainda não foram encontradas, e a ocorrência chamou a atenção tanto pela gravidade da situação quanto pelo nome incomum do lugar.

Onde fica a Garganta do Diabo?

A Garganta do Diabo está localizada entre a Ilha Porchat e o Parque Estadual Xixová-Japuí, funcionando como uma entrada natural para a Baía de São Vicente.

Trata-se de uma passagem estreita e sinuosa, com características geográficas que tornam a navegação desafiadora.

A fenda entre as rochas forma uma espécie de gargalo, por onde correntes fortes passam com intensidade, tanto em direção à baía quanto de volta ao mar aberto.

Essa configuração gera marés agitadas e ondas elevadas, que frequentemente alcançam alturas consideráveis, tornando o local perigoso, especialmente para pequenas embarcações.

A influência das correntes marítimas que vêm do sul, associada à formação geológica da área, cria condições imprevisíveis e traiçoeiras.

O fundo marinho nessa região é composto por pedras e áreas rasas, o que faz com que as ondas aumentem de tamanho à medida que se aproximam da costa.

Em dias de mar mais agitado, essas ondas podem atingir até 4 metros de altura, atraindo inclusive surfistas especializados em “tow-in”, que utilizam jet skis para alcançar as ondas gigantes.

O naufrágio na Garganta do Diabo

O naufrágio que ocorreu no último domingo aconteceu em meio a essas condições desafiadoras.

Segundo o Corpo de Bombeiros, a embarcação de pequeno porte estava passando pela Garganta do Diabo quando foi atingida por ondas de aproximadamente 1,5 metro de altura, suficiente para provocar seu afundamento.

Cinco pessoas foram resgatadas logo após o acidente, sendo que quatro delas receberam atendimento médico e foram liberadas, enquanto a quinta pessoa não precisou de tratamento.

As duas mulheres que ainda estão desaparecidas teriam se separado do grupo durante o naufrágio.

Até o momento, as autoridades seguem em busca das vítimas, sem confirmação de que estivessem utilizando coletes salva-vidas no momento do acidente.

A Marinha do Brasil também está investigando as causas do naufrágio, em busca de respostas para as circunstâncias que levaram a esse trágico evento.