Primavera no hemisfério sul: veja como será o clima no Brasil

A primavera começa com expectativa de calor intenso, com novas ondas de calor previstas, especialmente durante a primeira quinzena de outubro. No entanto, à medida que a estação avança, até 21 de dezembro, espera-se que as temperaturas voltem a níveis mais típicos para essa época do ano.

Segundo Vinicius Lucyrio, meteorologista da Climatempo, os próximos meses indicarão uma mudança de um clima seco e quente para um ambiente mais ameno e úmido. Ele ressalta que a previsão é de que passemos de um calor intenso e seco para temperaturas mais moderadas, caracterizadas por umidade alta e calor abafado.

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Clima na primavera

As previsões para a primavera indicam que as temperaturas devem se normalizar ao longo da estação. Embora o início traga calor elevado, espera-se que, com o passar dos meses, esses desvios térmicos se estabilizem. Até dezembro, há chance de temperaturas acima da média, mas menos intensas do que no ano anterior, e é improvável que ocorram grandes ondas de calor em novembro e dezembro.

As chuvas devem voltar a ocorrer com mais frequência em todo o Brasil, limitando as ondas de calor ao Centro-Norte, com o Pará, Tocantins e partes do Nordeste também enfrentando essas ondas em novembro. Diferente do ano passado, a volta das chuvas será antecipada, com a maioria do país recebendo precipitações a partir de novembro. Os volumes de chuva devem ser superiores à média em várias áreas do Centro-Sul, enquanto no Norte a chegada será mais lenta.

Efeito do La Niña

Um elemento adicional que afetará o clima na primavera é o fenômeno La Niña, que se manifesta com o resfriamento da região Equatorial Central e Centro-Leste do Oceano Pacífico, sendo definido por uma queda de temperatura igual ou superior a 0,5°C nas águas do oceano. No momento, o Oceano Pacífico encontra-se em uma fase neutra, sem a influência de fenômenos climáticos específicos.

De acordo com a Administração Nacional Oceânica e Atmosférica dos Estados Unidos (NOAA), existe uma chance de 60% de que o fenômeno La Niña se estabeleça entre outubro e novembro. Lucyrio destaca que as anomalias negativas no Pacífico devem aumentar ao longo da estação, aumentando a probabilidade de que o La Niña se concretize.

Apesar de se esperar um La Niña de intensidade fraca, sua repercussão nas chuvas brasileiras deverá ser restrita, embora possa causar alguns efeitos típicos, incluindo:

  • Elevação das chuvas nas regiões Norte e Nordeste; 
  • Períodos secos no Centro-Sul, com chuvas menos frequentes; 
  • Uma tendência de seca no Sul; 
  • Favorabilidade para a chegada de massas de ar frio no Brasil, ocasionando uma maior variação nas temperaturas.