Submarino Titan tentou ir até o Titanic 90 vezes

Recentemente, veio à tona uma informação surpreendente sobre as operações do submarino Titan, da empresa OceanGate.

Documentos revelaram que, ao longo de suas missões, o submersível realizou 90 tentativas de alcançar a profundidade dos destroços do Titanic, mas obteve sucesso em apenas 13 delas.

Isso indica uma taxa de sucesso de cerca de 14%, o que levanta questionamentos sobre os riscos e a segurança envolvidos nas expedições conduzidas pela empresa.

Submarino Titan tentou ir até o Titanic 90 vezes

O Titan, que implodiu tragicamente em junho de 2023, estava em uma missão turística de visitação dos destroços do Titanic quando desapareceu, levando à morte de todas as cinco pessoas a bordo.

Essa nova informação veio de um termo de responsabilidade que os passageiros do submersível tiveram que assinar antes de embarcar, no qual a OceanGate também classificava o Titan como “experimental“.

Isso destaca que o submarino enfrentou diversas dificuldades ao tentar alcançar os 3.800 metros de profundidade onde repousam os restos do famoso navio naufragado.

A OceanGate afirmou, em documentos de seu site, ter realizado mais de 14 expedições e cerca de 200 mergulhos em diversos oceanos, usando dois submersíveis diferentes.

No entanto, sua primeira viagem bem-sucedida ao Titanic só foi realizada em 2021, mesmo com anos de operação.

Relatos de especialistas, como Rob McCallum, que atuou como consultor para a empresa em 2009, revelam que preocupações sobre a segurança do Titan foram levantadas há anos.

Um ponto crítico era a falta de certificação ou aprovação do submarino por órgãos reguladores competentes.

Outra revelação preocupante foi sobre os materiais usados na construção do Titan.

O submersível foi construído com materiais que não eram comumente utilizados para veículos tripulados em grandes profundidades, o que pode ter contribuído para o seu colapso catastrófico.

Testes realizados na Deep Ocean Test Facility, parte da Academia Naval dos Estados Unidos, indicaram sinais de “fadiga cíclica” no casco de fibra de carbono do Titan em profundidades menores do que as necessárias para alcançar o Titanic.

Além disso, houve relatos de falhas em mergulhos de teste, como um caso em 2021, em que os propulsores do submarino pararam de funcionar, deixando-o preso debaixo d’água.

Nova imagem do submarino Titan foi apresentada em audiência

Nesta semana, uma imagem inédita do Titan foi apresentada na audiência da Guarda Costeira dos Estados Unidos.

A fotografia mostra a cauda do submarino preservada no fundo do oceano, mesmo após a implosão. Veja:

image 18
Parte do submarino Titan encontrada durante investigações. — Foto: Guarda Costeira da Marinha dos EUA

A descoberta dos destroços em 22 de junho de 2023, quatro dias após o desaparecimento, confirmou a morte dos cinco tripulantes.

A cauda do Titan e outros pedaços do submersível foram localizados por um veículo operado remotamente, ajudando a encerrar as buscas e a dar uma resposta definitiva sobre o destino trágico do veículo e seus ocupantes.

As audiências realizadas esta semana pela Guarda Costeira têm como objetivo investigar as causas da implosão e apurar as responsabilidades.

Um dos pontos discutidos é o fato de que o Titan nunca foi inspecionado por técnicos independentes fora da OceanGate.

A audiência também revelou que o submersível pode ter sofrido deterioração durante o armazenamento, sendo “exposto a condições climáticas e outros elementos” por meses antes de sua última viagem.

A última mensagem dos tripulantes, “Está tudo bem aqui“, foi enviada pouco antes da perda de comunicação, tornando-se uma das últimas pistas sobre o que ocorreu antes da tragédia.

A investigação continua, e a Guarda Costeira espera que as audiências tragam luz sobre as causas do desastre.