Guilherme Boulos já foi preso?

Em um debate entre os candidatos à Prefeitura da capital de São Paulo, o empresário Pablo Marçal e o deputado federal Guilherme Boulos trocaram acusações, com Marçal insinuando que Boulos deveria “pedir música no Fantástico” por ter sido preso três vezes.

Conforme uma investigação feita pelo Metrópoles, utilizando as certidões de antecedentes criminais que Boulos apresentou à Justiça Eleitoral, ele foi preso três vezes. Contudo, nenhuma dessas prisões resultou em condenações criminais.

Neste texto você encontrará:

Um dos processos, que foi conduzido em sigilo pelo Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP), já foi encerrado e Guilherme Boulos não recebeu uma denúncia formal. A equipe de Boulos explicou que ele “nunca foi condenado em nenhum processo judicial e nunca cumpriu pena alguma,” e destacou que “todos os casos foram arquivados pela Justiça.”

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Prisões de Guilherme Boulos

Duas das prisões de Boulos estão relacionadas ao tempo em que ele atuava como líder do Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST) e ocorreram durante processos de reintegração de posse. A primeira dessas prisões aconteceu em janeiro de 2012, na Ocupação Pinheirinho, em São José dos Campos. Naquele momento, Boulos foi detido em flagrante sob a acusação de “dano qualificado” por supostamente ter causado danos a um alambrado.

Depois de prestar depoimento, Boulos foi liberado após pagar uma fiança de R$ 700 (aproximadamente R$ 1.400 nos valores atuais, ajustado pela inflação). Apesar de o Ministério Público de São Paulo (MPSP) ter apresentado a denúncia e a Justiça ter aceitado, o processo foi posteriormente anulado pelo Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP) em 2022 devido a um erro na citação.

A segunda detenção de Boulos aconteceu em janeiro de 2017 durante uma reintegração de posse na Ocupação Colonial, localizada em São Mateus, na zona leste de São Paulo. Ele foi preso sob a acusação de “incitação à violência e desobediência” e ficou detido por 10 horas, sendo liberado depois de assinar um termo circunstanciado.

Outras investigações

Além das detenções, Boulos também foi envolvido em dois outros processos, conforme os documentos fornecidos à Justiça Eleitoral. O primeiro ocorreu em novembro de 2016, quando liderou a ocupação de um terreno que pertencia ao Cemitério Jardim da Paz, em Embu das Artes. Embora tenha sido denunciado pelo Ministério Público de São Paulo (MPSP), o processo prescreveu antes de chegar a julgamento.

No segundo caso, em março de 2018, Flávio Gurgel Rocha, dono da Riachuelo, tentou processar Guilherme Boulos por calúnia e injúria com base em postagens feitas no antigo Twitter (agora X). No entanto, o Ministério Público de São Paulo (MPSP) se opôs à ação, que acabou sendo arquivada pela Justiça.