Haddad confirma aumento dos preços de alimentos devido à inflação

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, alertou que a inflação pode provocar alta nos preços de alimentos e energia nas próximas semanas, em decorrência dos efeitos das condições climáticas adversas.

A seca severa que afeta diversas regiões do Brasil e os frequentes incêndios florestais são os principais fatores que contribuem para essa pressão inflacionária, segundo o ministro.

Haddad confirma aumento dos preços de alimentos devido à inflação

Durante coletiva de imprensa realizada nesta quarta-feira (11), Haddad afirmou que a situação climática tem gerado preocupação no governo, especialmente pelo impacto que pode causar nos custos dos alimentos e nas tarifas de energia elétrica.

O ministro destacou que os efeitos dessa crise devem ser sentidos já nos próximos índices de inflação, com o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de setembro refletindo parte desse cenário, impulsionado pela adoção da bandeira tarifária vermelha nas contas de luz.

Apesar da expectativa de aumento dos preços, Haddad foi enfático ao afirmar que a alta dos juros não seria a solução para esse tipo de inflação, que tem origem em fatores externos, como o clima.

Essa inflação vinda desse fenômeno não se resolve com juros“, declarou o ministro, ressaltando que o Banco Central está preparado para tomar as decisões adequadas, considerando todos os fatores econômicos.

O Comitê de Política Monetária (Copom) deverá se reunir nos próximos dias para definir o rumo da taxa Selic, atualmente em 10,5% ao ano.

Seca é uma das mais graves da história, e pode elevar preços de alimentos

A seca de 2024 é considerada uma das mais graves da história recente do país, segundo dados do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemadem), com impactos severos na produção agrícola e na geração de energia hidrelétrica.

No norte do Brasil, rios como o Madeira e o Negro registram níveis drasticamente baixos, dificultando o transporte e o abastecimento em várias comunidades ribeirinhas.

Para mitigar os efeitos da crise energética, o governo já autorizou o aumento do uso de usinas termelétricas em estados como Rio de Janeiro, Espírito Santo e Sergipe.

Além disso, está sendo avaliada a possibilidade de retorno do horário de verão, como uma medida preventiva contra um possível racionamento de energia.

Por fim, Haddad também revisou para cima as projeções de crescimento do PIB para 2024.

Segundo ele, o Produto Interno Bruto deve avançar acima de 3%, uma expectativa otimista baseada nos recentes dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que mostraram um crescimento significativo nos setores de serviços e indústria.