Entenda para que serve o IPCA

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), elaborado pelo IBGE, é a principal métrica da inflação no Brasil. Fundamental para economistas, investidores e autoridades, o IPCA mede as flutuações nos preços dos bens e serviços que fazem parte do consumo das famílias brasileiras.

Criado em 1979, o IPCA foi formalmente adotado pelo Banco Central no início dos anos 2000 como o principal parâmetro da inflação no Brasil. Este índice desempenha um papel vital na definição da meta de inflação estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) e na determinação da taxa básica de juros, a Selic, pelo Comitê de Política Monetária (Copom).

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Cálculo e impacto do IPCA

A coleta de dados para o IPCA é feita mensalmente em áreas urbanas, envolvendo a coleta de cerca de 400 mil preços em aproximadamente 30 mil pontos de venda. Este índice avalia as variações nos preços de uma cesta de bens e serviços, incluindo alimentação, transporte e saúde, que compõem o orçamento das famílias com renda de 1 a 40 salários mínimos.  A cada dez anos, a Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF) do IBGE revisa essa cesta para acompanhar as alterações nos hábitos de consumo.

Além de refletir a tendência dos preços, o IPCA tem um impacto direto na rentabilidade dos investimentos. Títulos de renda fixa, como os papéis públicos indexados ao IPCA, são ajustados de acordo com as variações do índice, o que influencia os rendimentos que os investidores recebem.

Dados de agosto

De acordo com as informações divulgadas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta terça-feira (10), o IPCA registrou uma leve redução de 0,02% em agosto, o menor índice desde junho de 2023 (-0,08%). No mês passado, dois dos nove grupos que compõem o índice apresentaram queda, levando à primeira deflação do ano.

Em agosto, o grupo ‘Alimentação e Bebidas’ registrou uma queda de 0,44%, o que levou a uma redução de 0,09 ponto percentual (p.p.) no índice geral. Simultaneamente, o grupo Habitação teve uma diminuição de 0,51%, resultando em uma redução de 0,08 p.p. no índice.

Juntos, esses dois grupos representam 36,53% do IPCA total. Assim, o resultado de agosto reflete uma desaceleração em comparação com o mês anterior, quando o IPCA aumentou 0,38%. No mesmo período do ano passado, os preços haviam subido 0,23%.

Atualmente, a inflação acumulada em 12 meses é de 4,24%, alinhada com a meta fixada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). No acumulado do ano, o aumento registrado é de 2,85%. Esse desempenho superou ligeiramente as expectativas do mercado financeiro, que antecipava uma variação de 0% para o mês e uma inflação acumulada de 4,26% nos últimos 12 meses.