País europeu está pagando R$ 93 mil para brasileiros que querem imigrar

O governo da Extremadura, uma comunidade autônoma na Espanha, está prestes a implementar um programa de incentivos financeiros com o intuito de atrair nômades digitais para a região. A iniciativa visa oferecer até R$ 93 mil para trabalhadores remotos que estejam dispostos a se estabelecer no território europeu.

O principal objetivo da proposta é frear o despovoamento, especialmente nas zonas rurais, e impulsionar a economia local, trazendo moradores que, embora recebam salários do exterior, consumirão e investirão dentro da própria região.

Neste texto você encontrará:

País europeu está pagando R$ 93 mil para brasileiros que querem imigrar
Mapa de Extremadura (Foto: reprodução/Geographie und Landkarte)
Veja também: Este é o melhor país do mundo para ser um nômade digital

Lançamento do programa

Apesar de o programa ainda não ter sido oficialmente lançado, o Sexpe, órgão vinculado à Secretaria de Economia de Extremadura e encarregado de sua execução, já iniciou o cadastro de interessados. Ademais, um esboço do decreto que estabelece as diretrizes para solicitar a ajuda financeira foi divulgado, com expectativa de publicação oficial na segunda quinzena de setembro.

As solicitações para obter a ajuda estarão abertas assim que o decreto for oficialmente publicado. De acordo com o Sexpe, as candidaturas serão analisadas, e os auxílios serão concedidos aos candidatos que mais atenderem aos requisitos do programa, até que o orçamento previsto para a iniciativa seja totalmente utilizado.

Imigração para o país europeu

O programa será acessível tanto para participantes europeus quanto para aqueles de outros continentes, incluindo brasileiros. No entanto, os interessados precisam atender a uma série de requisitos, como possuir um visto de teletrabalho válido na Espanha. Entre as exigências, está a comprovação de uma renda mínima de 2.646 euros (aproximadamente R$ 16,4 mil), conforme detalha o advogado especializado em imigração Angel Vazquez Rocha.

Para ingressar no programa, os candidatos precisam demonstrar que sua atividade profissional pode ser desempenhada remotamente, seja como funcionário de uma empresa ou como trabalhador autônomo, por meio de um contrato de prestação de serviços, conforme explicado por Vazquez Rocha.

Um dos requisitos para solicitar a ajuda é que os candidatos não podem ter residido na Extremadura nos últimos seis meses. Além disso, os estrangeiros precisam possuir uma autorização de residência na Espanha, que pode ser adquirida através do visto de teletrabalho.

Ajuda financeira

A ajuda financeira será oferecida em duas modalidades, visando apoiar a instalação dos imigrantes em Extremadura, com a exigência de que permaneçam na região por, no mínimo, dois anos. Aqueles que se encaixarem nas categorias de mulheres, jovens com menos de 30 anos, ou que optarem por se mudar para cidades com menos de 5 mil habitantes, receberão um valor único de 10 mil euros (cerca de R$ 62,3 mil).

Ao término do período de dois anos, os participantes que decidirem ficar por mais um ano receberão um bônus de 5 mil euros (aproximadamente R$ 31,1 mil). Aqueles que não se enquadrarem nas categorias mencionadas receberão 8 mil euros (cerca de R$ 49,8 mil) pelos dois primeiros anos de residência, com um adicional de 4 mil euros (R$ 24,9 mil) caso optem por estender sua permanência.

Apesar dos incentivos financeiros atraentes oferecidos pelo governo da Extremadura, Vazquez adverte que a ajuda por si só não é suficiente para garantir a participação no programa. O nômade digital deve ser altamente qualificado e ter uma renda estável. O processo para obter o visto geralmente é ágil, com um prazo de 10 a 20 dias úteis para receber uma resposta do governo espanhol após a solicitação.