Estado brasileiro entra em estado de emergência após incêndios em quase todo território

Um novo mapa divulgado pela Defesa Civil de São Paulo indica um agravamento no risco de incêndios, com a previsão de que o nível de alerta e emergência será alcançado até o próximo domingo (1º). Quase todas as regiões do estado, exceto a Baixada Santista, deverão enfrentar o mais alto nível de risco, colocando a maior parte do território paulista em uma situação crítica.

Os níveis de risco são classificados em baixo, alto, alerta e emergência, e, a partir desta quarta-feira (28), o mapa prevê que a zona de risco de emergência começará a se ampliar. Na última sexta-feira (23), foram registrados 1.800 focos de incêndio no estado, o maior número desde o início das medições em 1998, de acordo com os dados fornecidos pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), vinculado ao Ministério da Ciência e Tecnologia.

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De acordo com o capitão da Defesa Civil de São Paulo, Roberto Farina, o mapa de risco de incêndios é uma ferramenta essencial que integra dados históricos das regiões com previsões futuras, levando em conta elementos como a umidade relativa do ar, o acúmulo de chuvas e as temperaturas. Farina destaca que, nessas condições adversas, até mesmo uma pequena faísca pode rapidamente evoluir para um incêndio de grandes proporções, devido ao ambiente que dificulta o controle das chamas.

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Mapa de alerta para incêndios em São Paulo (Foto: reprodução/Defesa Civil – SP)
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Suspeitas dos incêndios

Durante uma coletiva de imprensa promovida pelo Ministério da Saúde na última segunda-feira (26), o secretário nacional de Proteção e Defesa Civil, Wolnei Wolff, revelou que 99,9% dos incêndios registrados no interior de São Paulo foram provocados por ação humana. Até agora, ao menos seis homens foram detidos sob a acusação de envolvimento em atividades que resultaram nas queimadas.

A Polícia Militar Ambiental, encarregada de monitorar e reprimir crimes ambientais, além de efetuar as prisões já citadas, impôs multas de R$ 15 mil a dois homens que foram pegos acendendo fogueiras para limpar a vegetação. Embora essa prática seja comum em certas regiões rurais, ela é altamente perigosa, especialmente durante períodos de seca, pois pode rapidamente se descontrolar e causar incêndios de grande magnitude.

Investigação

Na terça-feira (27), a Polícia Federal (PF) anunciou a abertura de 32 inquéritos para investigar incêndios que ocorreram em diversos biomas brasileiros, incluindo a Amazônia e o Pantanal, além de regiões do estado de São Paulo, durante o período de 2023 a 2024. No total, estão em andamento 5.589 inquéritos policiais relacionados a crimes ambientais.

Para lidar com a situação, a Polícia Federal criou grupos de investigação especializados nas áreas mais atingidas, abrangendo tanto zonas rurais quanto urbanas. As próximas etapas da operação incluem o envio de peritos especializados aos locais afetados e o uso de tecnologia avançada para rastrear as origens dos incêndios, o que será crucial para responsabilizar os envolvidos e prevenir futuros incidentes.