Veja o conselho de uma neurocientista para mudar a programação do cérebro em coisas que fazem mal

Você já se perguntou por que certos sons, cheiros ou situações se tornam quase invisíveis ao cérebro e parecem desaparecer de nossa percepção com o tempo?

A neurocientista Tali Sharot, da University College London, explica que essa tendência do cérebro, conhecida como habituação, é um mecanismo adaptativo que nos ajuda a economizar recursos.

Conselho de neurocientista para mudar o cérebro

A razão evolutiva adaptativa para isso é que precisamos conservar nossos recursos“, afirmou Sharot em entrevista à BBC News Mundo.

Inicialmente, estímulos novos despertam nossa atenção, mas, com o tempo, se percebemos que não representam ameaça, nossa resposta a eles diminui. Isso permite que o cérebro se prepare para novos desafios.

No entanto, a habituação pode se tornar um problema quando nos acostumamos a situações negativas. Sharot aponta que podemos ficar presos em relacionamentos tóxicos ou ambientes prejudiciais sem perceber seu impacto, pois nos habituamos a eles.

A mesma lógica se aplica a situações prazerosas, onde a intensidade das emoções pode diminuir com o tempo.

Então, como podemos reprogramar nosso cérebro para evitar esses efeitos negativos da habituação? A resposta, segundo Sharot, é simples: tomar distância.

Ao se afastar temporariamente de uma situação, somos capazes de vê-la com novos olhos. “Fazer pausas permite que nos desabituemos até certo ponto e possamos perceber melhor o que nos rodeia”, disse a neurocientista.

Habituação é segredo para reprogramar o cérebro, diz neurocientista

Por exemplo, um estudo mencionado por Sharot revelou que as pessoas que fazem uma pausa nas redes sociais por um mês experimentam uma redução significativa no estresse e um aumento na felicidade.

O mesmo princípio pode ser aplicado ao trabalho e outras áreas da vida. Pausas curtas e frequentes podem ser mais eficazes para o bem-estar do que longas ausências.

A pesquisa de Sharot também mostrou que os momentos mais felizes das férias ocorrem logo no início, antes que a habituação diminua a intensidade do prazer.

Portanto, intervalos regulares podem manter as experiências frescas e gratificantes.

Em resumo, para combater os efeitos negativos da habituação, a chave está em quebrar a rotina e introduzir mudanças.

Pequenas pausas e distanciamentos periódicos podem ajudar a manter nossa percepção aguçada e nosso bem-estar em alta.